A modalidade de Wrestling mais conhecida como luta olímpica não é tão tradicional no Brasil e quando fazemos o recorte para o Piauí essa popularidade é ainda menor, porém o garoto Marcos Felipe, 15 anos, oriundo de um projeto social na cidade de Esperantina começa a mudar essa história e conquistou na última semana a medalha de bronze no Brasileiro Cadete, em Natal e escreveu seu nome como o primeiro medalhista da modalidade no estado do Piauí.
“Cheguei em casa foi muita felicidade, eles já estavam me apoiando bastante no decorrer da viagem até porque para mim uma pessoa do interior do Piauí chegar lá e viver tudo aquilo é algo gigante. Enfim, eles estão felizes com minha pequena vitória e ainda vou conquistar muita coisa”, contou o lutador Marcos Felipe.
O jovem talento do Piauí segue sendo lapidado, porém já tem em sua curta caminhada como atleta bons exemplos para contar. Nascido em uma família com problemas de dependência química e de álcool ele é mais um daqueles nomes no Brasil que pode se dizer resgatado através do esporte.
“Eu sempre vivia nas ruas porque chegava em casa e não me sentia bem. Hoje eu tenho uma relação melhor com os meus país, sou um bom aluno, sou um bom atleta e o jiu-jitsu o projeto em si me ajudou, me colocou na linha e me fez ser quem eu sou hoje”, lembra Marcos Felipe.
O técnico que insistiu para permanência e Marcos Felipe no projeto conta que o ambiente não era fácil, mas que as coisas mudaram e os resultados comprovam isso. “Por muitas vezes ele acabou sendo estimulado a buscar o caminho de ficar na rua ou buscar o uso de drogas para tentar minimizar aquele estresse de viver dentro de casa, mas com ajuda de Deus e muita força de vontade conseguimos canalizar essa energia para que não ficasse no mundo das ruas e direcionar ao esporte”, explicou o técnico Rodrigo Damasceno.
O projeto social na cidade de Esperantina chegou em 2021 aos oito anos de existência e há cerca de quatro anos Marcos Felipe se encontrou como atleta. Começou no jiu-jitsu e depois migrou para luta olímpica onde vem se encontrando. O bronze é motivo de comemoração, mas é apenas um primeiro degrau para esse garoto que pretende chegar aos profissionais na modalidade e seguir defendendo o Piauí.
O resultado vai dar oportunidade a Felipe de brigar por um bolsa atleta na temporada 2022. Além disso, o piauiense agora figura entre os melhores atletas de base na luta olímpica. “Eu acredito que ele vai ser nosso primeiro atleta profissional de Wrestling do Piauí, pois nos ainda não temos”, acrescentou Rodrigo.
A temporada 2021 se encerra e no mês de janeiro retornam à preparação, pois em 2022 vai acontecer muitas competições e a intenção é garantir vaga nacionais.
Pâmella Maranhão
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